Boletim Doutor Agro- Julho/Agosto

Exportações do Agro Fecham 1º Semestre com Recorde Histórico Reflexões dos fatos e números do agro em julho e o que acompanhar em agosto

Na economia mundial e brasileira, em relação aos indicadores econômicos divulgados pelo Banco Central no Boletim Focus do dia 17 de julho, o IPCA para esse ano deve ficar em 4,95% (queda mensal), enquanto para 2024 a previsão é de 3,92% (baixa). Já o Produto Interno Bruto (PIB) está projetado em 2,24% para este ano e em 1,30% para o próximo (ambos em crescimento). O câmbio deve se sustentar nos R$ 5,00 (estabilidade) até o final de 2023 e em R$ 5,05 (retração) ao fim de 2024. Por fim, a taxa Selic deve finalizar este ano em 12,00% (baixa) e em 9,50% no consecutivo (manutenção).

No agro mundial e brasileiro, após aumento isolado em abril, o Índice de Preços dos Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) retraiu pelo segundo mês consecutivo, fechando em 122,3 pontos, o que configurou queda de 1,7 pontos ou 1,4% frente ao mês anterior. Mais uma vez, o indicador cai para o nível mais baixo em dois anos. Esse cenário foi liderado pelo açúcar (-3,2%) que teve a primeira retração depois de quatro meses em alta, devido ao bom andamento da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil e baixa demanda global, no entanto, os efeitos do El Niño e valorização do real limitaram maiores quedas. Além disso, cereais (-2,1%), óleos vegetais (-2,4%) e laticínios (-0,8%) também decaíram. Para os cereais, todas as culturas mapeadas sofreram desvalorização.

No cenário global, o 3º levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra mundial de grãos 2023/24 agitou os mercados. No milho, ao contrário do que era esperado, o órgão ampliou a produção em 1,69 milhão de t neste mês: de 1.222 bilhão de t para 1,224 bilhão de t, alta de 0,1%. Com isso, a produção global em 2023/24 será 6,4% superior à de 2022/23; teremos 73,8 milhões de t adicionais do cereal. A mudança é explicada pela elevação na produção norte americana, que agora está prevista em 389,15 milhões de t (era de 387,75 milhões de t); ou seja, 1,4 milhão de t a mais. O relatório manteve os valores para demais países de importância global: China, 280,0 milhões de t (+1,0%); Brasil com 129,0 milhões de t (-3,0%); e Argentina com 54,0 milhões de t (+58,8%).

Do lado das exportações, o USDA adicionou 1 milhão de t a previsão de embarque do Brasil, o que nos mantém na ponta como principal exportador com 58,0 milhões de t, contra 54,0 milhões de t dos Estados Unidos. Por fim, os estoques finais também foram revistos para cima e estão agora estimados em 314,12 milhões de t, um crescimento de 6,0% no comparativo com o ciclo passado.

Em um mercado cada vez mais competitivo, a soberania de décadas dos Estados Unidos nas exportações de milho perde espaço para o Brasil. Nesta safra 2023/24, os norte-americanos estão representando sua segunda menor participação no mercado mundial do cereal, sendo superada apenas pela temporada 2012/13, quando uma forte seca diminuiu significativamente a produção. Em contrapartida, o Brasil está assumindo uma fatia maior do mercado, abastecendo quase um terço (29,8%) da demanda global, principalmente por conta do apetite chinês.

No caminho contrário, o USDA reviu para baixo a produção global de soja: estava estimada em 410,70 milhões de t no mês passado e foi a 405,31 milhões de t agora em julho, queda de 1,3% ou 5,4 milhões de t a menos. O principal motivador da queda foi a redução na produção norte-americana, após as revisões na área efetivamente plantada pelos agricultores, bem como por conta do clima seco no país. A produção dos Estados Unidos foi revista de 122,74 para 117,03 milhões de t. Mesmo assim, a oferta deve ser 0,6% superior a 2022/23. Demais países de importância global seguem com mesmos volumes: Brasil com 163,0 milhões de t (+ 4,5%); Argentina com 48,0 milhões de t (+ 92,0%); e China com 20,50 milhões de t (+1,1%). Estoques também foram revistos para baixo agora em julho e estão estimados em 120,98 milhões de t; apesar da baixa, o resultado é 17,6% superior ao de 2022/23.

Apesar das lavouras norte-americanas terem sofrido com a falta de chuvas nos estágios iniciais de desenvolvimento, os produtores colherão grandes safras. Até o relatório divulgado em 18 de julho pelo USDA, o milho estava com 11% das suas lavouras em condições excelentes (13% há um ano) e 46% boas (51% em 2022). Para a soja, 8% do cultivo estava em nível excelente (contra 10% em 2022) e 47% em nível bom (2022 era 51%). As condições do algodão são melhores se comparadas ao ano anterior, 7% excelente (4% em 2022) e 38% boas (2022: 34%).

No algodão, o USDA indica que a produção da pluma deve ficar em 25,44 milhões de t, volume 0,95% inferior ao do ciclo passado ou 250 mil t a menos. Entre os principais países produtores, enquanto a China deve produzir 12,0% a menos (5,88 milhões de t), os Estados Unidos ampliarão a produção em 14,0% neste ciclo (3,59 milhões de t). No Brasil, a produção deve cair para 2,89 milhões de t, 100 mil t a menos do que 2022/23 ou 3,3% inferior. Ainda assim, o Brasil deve ampliar as exportações em 56,4%: de 1,415 milhão de t (2022/23) para 2,123 milhões de t (2023/24).

O USDA aponta que o consumo global de algodão deve fechar em 25,35 milhões de t, um crescimento de 6,1% em comparação com o ciclo passado ou 1,46 milhões de t adicionais. Mesmo com a alta no consumo, o ciclo 2023/24 deve registrar um saldo positivo no balanço oferta/demanda, resultando em um crescimento dos estoques globais em 0,6%, os quais devem totalizar 20,58 milhões de t.

Nem por isto significa que as cotações de momento sejam as mais positivas para o produtor brasileiro, basta lembrar que o preço mensal da pluma vem acumulando queda desde maio do ano passado, quando atingiu o pico histórico de R$ 7,9647/libra-peso (Cepea/Esalq). Vale o destaque para algumas cotações nos últimos 12 meses: em junho/22, a média mensal foi de R$ 7,4025/lb; em janeiro/23 foi a R$ 5,3326/lb; em junho/23 caiu para R$ 3,9499/lb; e agora em julho (até o dia 14) estava com média de R$ 3,7092/lb.

Acordo entre a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), e a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) foi renovado para aumentar as exportações de algodão. O escopo conta com um investimento de R$23 milhões e diversas ações como a participação em feiras, atração de compradores e apoio aos produtores. Além disso, a parceria com o projeto Cotton Brazil foi destacada em função de contribuir com conhecimento sobre a sustentabilidade da cadeia e agregação de valor ao nosso produto, reforçando a imagem do algodão brasileiro no cenário mundial.

O acordo de grãos no Mar Negro que permitia embarques ucranianos expirou no dia 17 de julho. A Rússia suspendeu sua participação alegando que suas demandas de exportações de grãos e fertilizantes não foram atendidas. Contudo, o presidente ucraniano relatou que as operações devem continuar, uma vez que a Ucrânia, a ONU e a Turquia são capazes de garantir as atividades do corredor e fazer inspeções nas embarcações.

No 10º levantamento sobre a safra brasileira de grãos 2022/23, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou mais uma vez a previsão de produção: de 315,8 milhões de t no relatório passado para 317,6 milhões de t neste. Com o resultado, a oferta deste ciclo deve crescer 16,5%. A melhora vem como resultado das boas condições das lavouras de milho 2ª safra, que seguem entregando bons resultados de produtividade com o avanço da colheita. O cereal deve trazer 127,8 milhões de t ao todo (+ 12,9%), sendo que 27,4 milhões de t na 1ª safra (+ 9,3%), 98,0 milhões de t na 2ª safra (+ 14,1%) e 2,4 milhões de t no 3º ciclo (+ 7,3%). Na soja, com a colheita 100% concluída no país, a produção foi consolidada em 154,6 milhões de t (+ 23,1%). Já para o algodão em pluma, a oferta prevista é de 3,0 milhões de t (+ 17,8%). Por fim, nas culturas de inverno, a produção deve totalizar 12,2 milhões de t (- 1,5%), sendo que o trigo é principal com 10,4 milhões de t (- 1,2%); a previsão de queda nos cultivos de inverno se deve especialmente a provável queda na produtividade das lavouras, em vista da falta de chuvas que deve afetar a região Sul do país, resultado das alterações trazidas pelo evento climático El Niño.

No campo, a Conab indica que a colheita do milho 2ª safra alcançou 39,3% de progresso até o último dia 15 de julho, praticamente 10 p.p. abaixo do que era registrado na mesma data do ano passado. Mato Grosso segue na ponta com o ritmo mais acelerado, 67,7% de progresso (era de 81,5% em 2022). Em Goiás, o avanço é de apenas 19,0% (contra 39,0%) e no Mato Grosso do Sul é de 7,0% (versus 16,0% em 21/22). Apesar do atraso, boa parte das lavouras de milho safrinha já se encontram em maturação no país, 39,3%, enquanto 11,9% ainda seguem em enchimento de grãos. No algodão, a colheita alcançou 18,9% até 15 de julho, contra 27,2% na mesma data de 2022. Mato Grosso e Bahia apresentam avanços de 17,5% e 20,4%, respectivamente.

No fechamento do primeiro semestre de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram o recorde de US$ 82,80 bilhões, 4,5% acima do registrado no mesmo período de 2022 (US$ 79,24 bilhões). Em junho, o valor foi de US$ 15,54 bilhões, uma queda de 0,6% no comparativo com junho do ano anterior, mesmo com o aumento na quantidade exportada (+14,2%), superado pela forte queda do índice de preços dos produtos (-12,9%). Ainda assim, tivemos recordes mensais obtidos para a soja em grãos (em volume: 13,77 milhões de t; e valor: US$ 6,89 milhões), açúcar (em valor: US$ 1,40 bilhão), celulose (em volume: 1,55 milhão de t) e carnes bovina (em volume: 193 mil t) e de frango (em volume: 422 mil t).

Olhando para o primeiro semestre do ano (janeiro a junho), os 5 setores que mais se destacaram em relação ao valor exportado foram: “complexo soja” com US$ 40,80 bilhões, 8,0% maior ao registrado no mesmo período de 2022. Desse montante, a soja em grãos representou 81,8%, atingindo a cifra recorde de US$ 33,40 bilhões (+9,4%). Em segundo lugar, as “carnes” somaram um valor de US$ 11,63 bilhões até junho. A carne bovina, apesar da queda de -21,4% nos preços, obteve uma participação de 41,8% do total (US$ 4,86 bilhões). Enquanto isso, a carne de frango foi responsável por 43,7% ou US$ 5,08 bilhões (+10,2%) e a carne suína participou em 12,0% nas vendas com US$ 1,40 bilhões (+27,4%). Na terceira posição estão os “produtos florestais” com US$ 7,48 bilhões exportados (-9,5%), sendo a diminuição nas negociações de madeira e suas obras o principal impacto da retração. O quarto lugar ficou com o “complexo sucroalcooleiro” que vendeu ao mercado externo US$ 5,94 bilhões (+36,8%), valor puxado pelas exportações de açúcar que aumentaram incríveis 39,4% em relação a 2022. Por último, a quinta posição foi ocupada pelos “cereais, farinhas e preparações” que atingiram US$ 4,68 bilhões (+53,7%), muito por conta do milho que atingiu um valor recorde de US$ 3,36 bilhões (+89,2%) representando 71,8% desse montante devido a sua quantidade embarcada significativamente maior (+85,9%).

Já para as importações, o setor agropecuário somou US$ 1,25 bilhões em junho (- 18,3%), resultando em um saldo mensal de US$ 14,3 bilhões. No fechamento do primeiro semestre de 2023, o agronegócio brasileiro importou US$ 8,32 bilhões (+2,3%) fechando a balança comercial do setor em US$ 74,5 bilhões (+4,7%).

As importações da soja brasileira pela China cresceram 24% em 2023, com 43,55 milhões de t embarcadas até junho (35,21 milhões de t em 2022). O gigante asiático é o maior comprador da nossa oleaginosa, participando de 69,35% do volume, seguido da Espanha (2,151 milhões de t|-11%) e Tailândia (1,684 milhão de t|+9,0%).

No café, as exportações caíram 10,2% em 2022/23, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Brasil exportou 35,62 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada com uma receita praticamente estável de US$ 8,135 bilhões. A queda nos embarques é reflexo do final da safra 2022/23 e baixa disponibilidade dos últimos ciclos, que foram impactados por adversidades climáticas. Nesse sentido, a colheita de 2023/24 – ainda em fase inicial – deve ser superior às de 2021 e 2022, visto que a recuperação das lavouras foi acima do esperado.

Na atualização do Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) corrigiu para baixo mais uma vez o indicador para 2023, dessa vez em R$ 1,148 trilhão, sendo R$ 13,5 bilhões a menos que o registrado em junho (R$ 1,162 trilhão), mas ainda assim, 2,6% acima do observado em 2022 (R$ 1,119 trilhão). O protagonismo do crescimento é das lavouras, que aumentaram o VBP em 4,9% entregando um montante financeiro de R$ 812,1 bilhões, situação impulsionada pelo crescimento na produtividade e recordes atingidos na safra de grãos. Por outro lado, a pecuária teve um arrefecimento de 2,4%, faturando R$ 336,6 bilhões, devido à retração da carne bovina e de frango. O ranking dos top 3 produtos agrícolas que mais tem participação nesses números começam com a soja (R$ 332,7 bilhões|+3,5%), seguida do milho (R$ 143,7 bilhões|+3,9%) e cana-de-açúcar (R$ 105,5 bilhões|+11,9%). Enquanto isso, as posições de destaque na pecuária ficam com os bovinos (R$ 134,0 bilhões|-8,6%), a carne de frango (R$ 85,5 bilhões|-7,4%) e o leite (R$ 60,5 bilhões|+8,5%).

E por falar em cadeias de proteína animal, o USDA também divulgou agora em julho as atualizações das estimativas para as carnes. Na bovina, o órgão elevou a oferta global, de 59,15 milhões de t (abril) para 59,57 milhões de t (+ 0,72%), um crescimento previsto de 0,41% em relação a 2022. A elevação foi justificada pela previsão de melhoria da oferta nos Estados Unidos e no Brasil, agora estimadas em 12,38 e 10,65 milhões de t, respectivamente. Com este resultado, a produção brasileira deve crescer 2,9% em 2023, com volume adicional de 300 mil t. Do lado das exportações, o Brasil deve entregar 3,05 milhões de t, 5,2% a mais do que o ano passado e respondendo por 25,16% da oferta global. Vale destacar, ainda, a previsão de queda nos embarques norte-americanos, de 9,3% em relação a 2022, e que deve fechar o ano com 1,43 milhão de t.

Na carne de frango, a produção global foi mantida praticamente nos mesmos níveis do último relatório: 103,52 milhões de t, alta de 1,4% em relação a 2022. O cenário nos 3 principais produtores é o seguinte: Estados Unidos ofertarão 21,39 milhões de t (+ 1,9%); Brasil, 14,88 milhões de t (+2,8%); e China 14,30 milhões de t (0,0%). Na suína, a produção foi revista para cima agora em julho, em cerca de 430 mil t, para 114,8 milhões de t (+ 0,32%). China deve entregar 56,0 milhões de t (+ 1,06%), União Europeia outros 21,65 milhões de t (- 2,8%), Estados Unidos com 12,42 milhões de t (+ 1,4%) e o Brasil com 4,47 milhões de t (+ 2,6%).

No comércio internacional, o USDA ampliou as ofertas brasileiras de carne de frango e carne suína em 2023. No frango, os embarques foram revistos de 4,75 para 4,83 milhões de t (+ 8,5%). Já as vendas da carne suína foram de 1,39 (abril) para 1,50 milhão de t (julho), alta prevista de 7,9%.

Cresce o poder de compra de fertilizantes pelo produtor rural. O índice calculado pela Mosaic Fertilizantes aumentou 12% em junho, alcançando um valor de 0,87 contra 0,99 observado em maio. É a mesma pontuação registrada em março de 2021, configurando o referencial mais baixo já registrado neste ano. Os preços desse insumo tiveram uma queda de 14% em relação ao mês passado, o que contribui para uma relação de troca mais favorável ao agricultor.

Lançado no final do último mês, o Plano Safra de 2023/24 prevê R$ 364,2 bilhões em créditos rurais para médios e grandes produtores, um aumento de 27% em relação ao anterior. O programa tem como objetivo apoiar a produção sustentável praticada no país, oferecendo empréstimos com juros mais baixos (8% ao ano para produtores do Pronamp; 12% para os demais) e premiações para quem adotar práticas mais ecológicas. Os recursos serão de R$ 272,12 bilhões para custeio e comercialização (+26%) e R$ 92,1 bilhões para investimentos (+28%). Além disso, serão disponibilizados R$ 77,7 bilhões para a agricultura familiar, somando os créditos rurais e medidas como compras públicas, assistência técnica e extensão rural, política de garantia de preços mínimos, entre outras ações.

Fechamos nossa análise do agronegócio com o balanço dos principais preços de produtos do setor na data de fechamento da nossa coluna. A soja para entrega em cooperativa do estado de São Paulo (FOB) estava em R$ 139,80/sc (60kg) e o preço futuro para mar/2024 era de R$ 123,80/sc. No milho, o preço físico era de R$ 55,00/sc e a entrega em ago/23 estava cotada em R$ 53,30/sc; na B3, a cotação do cereal para mar/24 era de R$ 66,82/sc. No algodão (base Esalq), a arroba era negociada a R$ 125,86 e o sorgo físico em R$ 41,50/sc. Outros produtos do agro cotados no Cepea/Esalq: boi gordo em R$ 254,90/@; café arábica em R$ 821,75/sc (60 kg); o trigo Paraná em R$ 1.332,63/t; e a laranja para indústria (a prazo) em R$ 43,75/cx (40,8 kg).

Os cinco fatos do agro para acompanhar em agosto são:

  1. Acompanhar o progresso da colheita de milho 2ª safra e do algodão no Brasil. A safrinha de milho segue com operações em ritmo um pouco lento, mas a produtividade das lavouras tem sido bastante positiva. Vamos observar como será a entrada deste grande volume de milho no mercado, a questão da armazenagem, logística e comercialização deste grão.
  2. Andamento da safra norte-americana de grãos: apesar dos problemas recentes com a seca, as alterações na oferta foram poucas – o milho, inclusive, com a produção revisada para cima. As condições dos campos seguem acima do ano passado e até o momento a oferta permanece firme. Mas a preocupação é grande.
  3. Término do acordo entre Rússia e Ucrânia para as exportações de grãos pelo Mar Negro e seus impactos no escoamento da já prejudicada (em mais um ano) safra ucraniana, bem como na comercialização/preços de grãos no mercado internacional. Se as dificuldades aumentarem, a Ucrânia terá que exportar por terra, usando outras rotas e erodindo margens aos produtores, dificultando a retomada da produção.
  4. Desdobramentos da gripe aviária no Brasil, novos casos, medidas de controle e eventuais respostas de países importadores. Após a detecção do 2º caso da doença em ave de subsistência no país (desta vez em Santa Catarina), o Japão suspendeu as importações da proteína animal do Brasil. Vale lembrar que o Japão foi o 3º principal importador de frango do Brasil em 2022, com 11% de participação.
  5. As previsões para a safra 2023/24 no Brasil: movimentações dos agricultores em relação a decisão de plantio (compra de insumos, etc.); as primeiras estimativas nacionais para área, produção e produtividade; e os custos de produção com base no cenário de preços estabelecido.