Marcos Fava Neve, Flavio Ruhnke Valério e Victor Sawasaki Morelli comentam sobre a produção piscícola tem crescido ao longo dos anos, destacando-se em diversas regiões do mundo como fonte de proteína humana.
Objetivos
A produção piscícola tem crescido ao longo dos anos, destacando-se em diversas regiões do mundo como fonte de proteína humana. Segundo a FAO (2014), a piscicultura representa 17% das proteínas consumidas no mundo, com incremento de 10 milhões de toneladas na produção somente em 2012. Contribuiu para esse aumento expressivo as ações de fomento coordenadas por Governos e Organizações não governamentais. No entanto, gestão deficitária e emprego de técnicas incorretas ocasionam instabilidade entre produção e produtividade. No Brasil, o estado do Maranhão tem fomentado a piscicultura como alternativa de emprego e renda em duas regiões: Campos e Lagos e Baixada Maranhense. Pequenas comunidades foram organizadas sob a ótica de Arranjos Produtivos Locais (APLs), de forma que o objetivo deste projeto foi identificar quais ações possibilitariam desenvolvimento considerando a vantagem geográfica da localização desses piscicultores.
Imagem 1: Considerações sobre a piscicultura maranhense
Fonte: Elaborado pelo autorImagem
Métodos/Procedimentos
APLs são agrupamentos geográficos que se beneficiam da interconexão de empresas e entidades em vistas de uma atividade pré-determinada (SCARE; AFONSO; LIMA JÚNIOR, 2012). A metodologia fez uso do Plano de Melhoria da Competitividade para APLs desenvolvida por Scare, Afonso e Lima Júnior (2012), realizando entrevistas em profundidade com produtores e responsáveis por políticas pública e estruturada em cinco etapas: caracterização, mapeamento, análise e diagnóstico estratégico, análise comparativa com outros polos e proposição de ações que considerassem as vantagens da localização.
Resultados
Os fatores críticos identificados como inibidores de desenvolvimento foram (i) alto custo de produção gerado pela concorrência entre os APLs; (ii) ausência de coordenação e processos entre produção e venda; (iii) imagem depreciativa de peixes de cativeiro, com impacto no consumo. Para solucionar, o estudo sugeriu valorizar o protagonismo social local e a liderança dos produtores, objetivando aquisição dos insumos, armazenamento e comercialização do pescado. Em médio prazo, essas ações fomentariam tecnologias que seriam aceitas entre os atores dos territórios, possibilitando a profissionalização dos APLs.
Imagem 2:Diagnósticos levantados para os fatores críticos
Fonte: Elaborado pelo autor
Conclusões
Apesar da oportunidade de crescimento, as duas regiões encontram-se na primeira fase da profissionalização, marcada pela necessidade de coordenar as ações produtivas entre os atores, condição esta percebida na ausência de organização entre produtores e cooperativas.
Referências Bibliográficas
FAO. O Estado das Pescas e da Aquacultura no Mundo. Roma: FAO, 2014.
SCARE, R. F.; AFONSO, R. A.; LIMA JÚNIOR, J. C. Planejamento estratégico em arranjos produtivos locais. Curitiba: CRV, 2012.