Operações de Apoio à Comercialização da Produção Agrícola

As operações de apoio à comercialização da produção agrícola são atividades que vem priorizando o abastecimento interno, almejam minimizar a flutuação dos preços e consequentemente auxiliam o aumento da renda do produtor. Essas podem ser um importante instrumento para a segurança alimentar no Brasil e no mundo e para as revendas e seus gestores, uma importante ferramenta de gestão da sua propriedade. Confira mais sobre esse assunto neste artigo

As operações de apoio à comercialização da produção agrícola são atividades que vem priorizando o abastecimento interno, almejam minimizar a flutuação dos preços e consequentemente auxiliam o aumento da renda do produtor. Dentre estas existem os articulados pelo governo, que são o preço mínimo e as suas modalidades; e os da iniciativa privada, que correspondem à Cédula do Produto Rural (CPR), a Nota Promissória Rural (NPR), o Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant Agropecuário (WA), a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), e também o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). As operações da política do governo do preço mínimo (PGPM) são um incentivo para a melhoria da rentabilidade dos produtos, manutenção dos preços e financiamento das futuras safras. Essa iniciativa existe para que o produtor tenha um preço justo na hora de vender sua produção. Para definição dos preços mínimos, a CONAB realiza pesquisas de custo de produção, expectativa de colheita, analisando também fatores climáticos e fatores advindos da economia mundial. O governo federal também recorre a mecanismos capazes de atrair o capital privado, visando o financiamento da atividade agrícola e para o apoio à comercialização. Alguns desses mecanismos são títulos de crédito especialmente desenvolvidos para financiar o agronegócio, com ideia de estimular o investidor urbano, seja ele um pequeno poupador ou um grande fundo de pensão, a financiar a atividade rural, complementando o crédito rural regulamentado pelo governo. Nos quadros abaixo (1 e 2) apresentamos uma análise sobre quais as operações que são contempladas nas modalidades dos apoios à comercialização da produção agrícola, destacando a sua aptidão para: compra, equalização de preços e financiamento; e mais especificamente para a iniciativa privada: investimento.
Confira os quadros 1 e 2 no arquivo em Pdf Anexo.
No entanto é difícil supor um cenário de previsão da efetividade dessas políticas. A demanda no mercado interno e externo pode crescer ou diminuir, os preços praticados nas diferentes praças pelo Brasil estão sujeitas as regionalidades, e no mercado mundial existe uma forte relação dos estoques e expectativa de produção. Como exemplo, podemos citar um caso de arroz e feijão. Nos últimos anos tivemos a efetividade das PGPM nos preços ofertados ao consumidor final. Segundo dados da Conab (2009), o preço do feijão chegou a R$ 5,40/ kg em 2009, e em meados de setembro de 2011, com a adoção da PGPM oscilou entre R$ 2,40 a 3,00/kg. Nos últimos anos o arroz aumentou de preço influenciado pelo aumento do preço cobrado pelos produtores asiáticos, mas como o governo brasileiro tinha arroz estocado, conseguiu segurar os preços mesmo tendo no cenário internacional um patamar de alta. As operações de apoio à comercialização da produção agrícola podem ser um importante instrumento para a segurança alimentar no Brasil e no mundo. E para as revendas e seus gestores, pode ser uma importante ferramenta de gestão da sua propriedade. Basta que para isso, os produtores estejam atentos às características de cada uma das modalidades e saiba a ocasião e o momento certo de utilizar cada uma. Nos próximos artigos abordaremos cada uma das operações de comercialização em separado, dando exemplos práticos de como foram utilizadas. Se tiver interesse em alguma específica, entre em contato conosco para que possamos ser ainda mais pontuais para ajudá-lo a oferecer produtos e serviços adequados às demandas dos seus clientes.
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasil. Secretaria de Política Agrícola. Plano agrícola e pecuário 2011-2012. Brasília: Mapa/SPA, 2011. 92 p.
CONAB. Política de garantia de preços mínimos. Conab: Brasília, 2009.
MARQUES, P. V.; DE MELLO, P. C.; MARTINES FO, J.G. Mercados Futuros e de Opções Agropecuárias. Piracicaba, SP: Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP, 2006. Série Didática n. D-129. D-129.
* Os autores são consultores da Markestrat e atuam em projetos em agronegócios e distribuição de insumos agropecuários. Para maiores informações, acesse www.markestrat.org
Julio Kyosen Nakatani ? Especialista em marketing e planejamento estratégico. Mestrando em Administração de Organizações pela FEA-RP/USP. Engenheiro agrônomo formado pela EA/UFG

Eduardo Sandrini Simprini - Especialista em Estratégia e Análise de Competitividade de Sistemas Agroindustriais. Engenheiro Agrônomo formado pela FCAVJ / UNESP.